Citações de Benveniste

Émile Benveniste foi um linguista estruturalista francês, tendo realizado grandes estudos sobre as línguas indo-européias. Como seguidor de Saussure, discute certos aspectos sobre a arbitrariedade do signo.

Citações importantes

Ao contestar que o nome indica objeto e o verbo o processo:

(..) em hupa (Oregon), empregam-se como nomes formas verbais ativas ou passivas na terceira pessoa, assim nañya, "ele desce" é a palavra para "chuva" (...). naxowilloi, "está atado ao redor dele" denomina "cinto", etc. Em zuni, o nome yatoka, "sol", é uma forma verbal de yato-, "atravessar" (PLGI,p. 16)

Benveniste nega que a forma verbal tenha que ser coincidente com sua função:

(..) não é necessário que um idioma disponha de um verbo morfologicamente diferenciado para que essa função verbal se efetue, uma vez que toda língua, seja qual for a sua estrutura, é capaz de produzir asserções finitas (PLGI,p.167).

Retomando Saussure quanto à arbitrariedade do signo:

(...) Entre o significante e o significado, o laço não é arbitrário; pelo contrário, é necessário.(PLGI,p.55)

(...) Delimitando a zona do arbirtrário: ... o que é arbitrário é que um signo, mas não outro, se aplica a determinado elemento da realidade, mas não a outro[...]PLGI,p.56)

(..) O dominio do arbitrário fica assim relegado para fora da compreensão do signo linguístico. (PLGI,p.57) [...]O arbitrário só existe aqui em relação com o fenômeno o objeto material e não intervém na constituição própria do signo. (p.57)

Benveniste considera que o signo está em relação do signo com a realidade:

(..) o problema metafísico da relação entre o espírito e o mundo, problema que o linguista estará, talvez um dia, em condições de abordar com sucesso, mas no momento fará melhor se o deixar de lado (PLGI,p. 57).

Discussão sobre os verbos ser e estar e - consequentemente, sobre frase nominal e verbal:

(..)Não é fortuito, sem dúvida, o fato de que a distinção entre ser, ser de essência, ser de existência ou de circunstância, coincide em ampla medida com a que indicamos entre a frase nominal e a frase verbal (...) (PLGI,p.182).

Ao comparar a sintaxe de várias línguas, Benveniste conclui:

()..) O que há de comparável em sistemas linguísticos completamente diferentes entre si são funções, assim como as relações entre essas funções, indicadas por marcas formais. (...)(PLGI, p.244).

fonte: BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I. 4.ed. trad. Maria Glória Novak e Luiza Néri. Campinas:Pontes, 1995.

Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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