Nos enunciados seguintes, é revelado por verbo de estado que o tesouro era um besouro. O besouro torna-se agente do verbo e ação-processo ferroar, que é o que o besouro fez assim que saiu da caixa. Como reação, o garoto agente realiza a ação de dar-lhe um peteleco (construção com verbo-suporte). O que o besouro recebeu em troca foi um corretivo:
"Era um grande besouro preto, guardado numa caixa de espoletas. O primeiro movimento do besouro foi ferroá-lo no dedo. O garoto deu-lhe um peteleco e o besouro ficou a se debater no assoalho, de pernas para cima, sem poder se virar."
Surge um novo acontecimento que quebra novamente a mudança de situação:
"Um cachorro vagabundo, que aparecera tristonho por ali, à procura de novidade, viu o besouro e empinou a cauda."
A seguir, o que inicia a nova movimentação no cenário são as ações do cachorro contra o besouro, expressas por verbos de ação como: examinar, farejar, andar, tomar, tentar, deitar-se. Por verbos de ação-processo como: abocanhar, prender e de processo como: falhar. O embate entre os dois tem uma trégua com o enunciado:
"(...) o besouro deu-lhe uma ferroada no focinho. Um ganido agudo, o cachorro sacudiu a cabeça e o besouro foi cair a alguns metros de distância, mais uma vez de pernas para o ar."
Desencadeadas pelas ações do cachorro, há reações como risos escondidos e a grande vitória de Tom, experimentando realmente felicidade. Volta a narrativa para a estatividade:
"Tom sentia-se plenamente feliz."
Ocorre, porém, que, tomando a linguagem da personificação, o narrador anuncia o desejo de vingança do cachorro por meio dos verbos: (não) conformar-se, desejar, vingar, voltar e dar-bocanhadas (verbo-suporte), mas resultando em vitória malograda:
"Depois de algum tempo, cansou-se de novo."
Novamente uma trégua rápida e, em seguida, um trágico acontecimento:
"Tentou caçar uma mosca, farejou uma formiga, bocejou, suspirou, esqueceu-se inteiramente do besouro e se sentou exatamente em cima dele!"
Os verbos ouvir-se e viu-se pressupõem, pela forma passiva em que se encontram e pelos argumentos que exigem, que os fiéis se surpreendem com o sofrimento do cão. Compreende-se que em aumentar esteja envolvida a agonia e quem a sofria (o cão)- um sujeito paciente, o que culmina com a decisão do cachorro de resolver a situação e com a reação do seu dono:
"(...) e pulou no colo de seu dono. Este o jogou pela janela e os uivos de dor foram morrendo lentamente, até se perderem na distância."
Para finalizar, o narrador utiliza-se do verbo de ação-processo, expressando como agente toda a igreja. A ação de dar a bênção final significa o fim do sermão. O estado em que Tom se encontra no final da narrativa é de satisfação, pois, naquele dia, o serviço divino é o locativo do seu encanto. Mas Tom ainda era experimentador de desagrados causados por um incidente, ou seja, era paciente da ação do cachorro:
"Só um incidente o desagradara: o fato do cachorro ter levado consigo o seu besouro."