Estudo - Nasce um marinheiro

Um estudo de texto - compreensão

Apresentamos fragmentos de um texto para ilustrar os momentos de um texto narrativo.

Nasce um marinheiro
(extraído do obra Daniel Defoe. Robson Crusoé.(adaptação de Werner Zotz).São Paulo:Scipione. 2001.(p.9-11)

  • Minha partida não foi coisa pensada, premeditada. Simplesmente aconteceu. (...)(1)

  • Um dia, estava casualmente na cidade de Hull, quando um amigo me contou que ia para Londres no navio do pai. Convidou-me para embarcar com ele. Proposta tentadora: podia subir a bordo como marinheiro, ainda que não conhecesse a profissão. [...] Embarquei no dia 1º de setembro de 1651, sem consultar pai ou mãe.(...)(2)

  • Assim que o veleiro saiu do porto, foi envolvido por enormes ondas. Durante a noite, a tempestade continuou a brincar com a embarcação [...] A completa escuridão da noite no mar tornava a situação mais assustadora.[...] Desesperado, arrependido, jurei nunca mais pôr os pés em outro navio, se escapasse daquela enrascada com vida. (...)(3)

  • Na manhã do dia seguinte o mar estava calmo, pacífico, até mesmo romântico...[...] Por seis dias, navegamos calmamente. Manhãs de céu azul, tardes ensolaradas, vento agradavelmente fresco, crepúsculos com o sol avermelhado no horizonte, estrelas brilhando intensamente nas noites.[...] O corpo acostumou-se depressa à nova realidade. Quando aportamos na baía de Yarmouth, ainda na Inglaterra, já me julgava conhecedor dos segredos do mar. (...)(4)

  • Outros navios vieram para ao nosso lado. Quando ele surgiu, veio com intensidade muito maior do que a desejada: não era vento, mas sim uma nova tempestade. Muito perto de nós, dois navios perderam seus mastros. Os vagalhões cresciam, corcoveavam como cavalos selvagens, arremessavam-se contra o casco da embarcação, ... A âncora rolava de um lugar para outro, impotente. O madeirame rangia, agourando para breve o desmantelamento completo do navio.[...] No segundo dia, descobriu-se um grande rombo no porão. [...] A água bombeada para fora era sempre em menor quantidade do que aquela que forçava passagem para o interior do navio. Ouviram-se então tiros de canhão: era o sinal do capitão pedindo socorro.(...) (5)

  • Um barco pequeno e rápido atendeu aos roucos lamentos. [...] Aportamos na costa,'... As autoridades da vila, considerando-nos náufragos, deram-nos comida, abrigo e algum dinheiro, suficiente para seguir viagem até Londres ou regressar a Hull.[...] Alojados em diferentes lugares, só fui encontrar meu amigo dois dias depois. Estava acompanhado pelo pai, o capitão do navio naufragado, que então já sabia como eu embarcara, fugindo de casa. O homem não perdeu a oportunidade de dizer o que pensava: - Meu jovem, é melhor nunca mais embarcar num navio. Você quis viajar como experiência. Muito bem. Já teve a experiência. Aceite-a como um sinal de alerta...(6)

O texto narrativo segue uma seqüência linear. Abaixo estão listados os momentos que caracterizam o texto proposto.

Narrativa de aventuras:

(1) 1º momento da narrativa: apresentação do cenário; onde a narrativa se inicia;

(2) 2º momento:criação da expectativa; prepara o leitor para os acontecimentos que vão surgir;

(3) 3º momento: quebra da expectativa - surgimentos dos atos/conflitos;

(4) 4º momento:acomodação;

(5) 5º momento: novos conflitos/tomada de consciência;

(6) 6º momento: desfecho.

Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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