Nas narrativas, os tempos verbais predominantes são os tempos do passado ou tempos do pretérito (imperfeito, mais-que-perfeito, perfeito), pois, ao narrar, falamos de fatos já acontecidos, e, portanto, anteriores ao momento da fala. Porém, é comum usar o presente do indicativo na modalidade chamada presente histórico, ou seja, é como se o narrador voltasse ao momento dos acontecimentos e narra como se presenciasse as cenas. Dessa forma, é perfeitamente possível o uso do presente em contos. Esse recurso torna o texto mais dinâmico e causa maior expectativa ao leitor.
[...] Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio, com as mãos recolhe quanta de água lá cabia, volta o mundo atravessar, pelo monte se arrasta, três gotas que lá chegaram, bebeu-as a flor com sede. Vinte vezes cá e lá...[...]
José Saramago. A maior flor do mundo.
Disponível em ww.avvl.pt/images/stories/Biblioteca/historias/a-maior-flor-do-mundo.pdf. Acesso em 04/03/2014: 23:30. {: class=recuo.lpeu}
Convém também observar a predominância de verbos de ação e ação-processo, uma vez que, a maior característica das narrativas é a transformação, o resultado de um conflito e que leva a um desfecho no final.