Carpe Diem

Carpe diem

[...] O termo foi escrito pelo poeta latino Horácio (65 a.C.-8 a.C.), no Livro I de “Odes”, em que aconselha a sua amiga Leucone na frase: “...carpe diem, quam minimum credula postero". Uma tradução possível para a frase seria “...colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã [...]

Fonte: Carpe diem –Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carpe_diem. Acesso: 13/02/2016. {: class=recuo.lpeu}

A expressão carpe diem acabou sendo traduzida por “aproveite o dia”. Não corresponde a um dia específico, mas representa um modo de vida.

O carpe diem é um sentimento presente em vários movimentos literários, porém ganhou expressão nas manifestação do Barroco, movimento que caracterizou as artes no século XVII, quando a Igreja Católica investe esforços contra os movimentos protestantes. Foi uma época de conflito intelectual: o homem estava dividido entre as ideias, ainda presentes, do Classicismo, que colocava o homem no centro do universo e com tendências às conquistas materiais para seu próprio benefício e, agora, sob os apelos da Igreja que, no afã da Contra-reforma, tenta resgatar os princípios de teologia e colocar a espiritualidade no comando dos homens.

O conflito no Barroco envolvia o carpe diem: gozar a vida, antes que acabe, mas com risco de perdê-la, pois, gozar a vida é pecar. Ao pensar no julgamento de Deus, o homem quer fugir dos prazeres e apoia-se na fé; ao sentir a fé insuficiente, quer desfrutar os prazeres da vida. A expressão expressava a efemeridade da vida.

Segue um exemplo em excertos de um poema de Gregório de Matos:

Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda ligeireza
E imprime em toda flor sua pisada.
..
Ó não aguardes que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

A noção de efemeridade não ocorreu apenas no Barroco. O carpe diem é um sentimento expresso em outros períodos. O excerto abaixo pertence a um poeta do Arcadismo:

Minha bela Marília,tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
..
(Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, Parte I Lira XIV)

Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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