A atividade de comunicação é indispensável ao ser humano e aos animais. Existem diversos meios de comunicação:
entre os animais:
«a dança das abelhas, os odores, as produções vocais (como no caso das aves)»
entre os homens:
«a dança, a pintura, a mímica, os gestos, os sinais de trânsito, os símbolos, a linguagem dos surdos-mudos, a dos deficientes visuais,
a linguagem computacional, a linguagem matemática, as línguas naturais etc.»
De um modo geral, dá-se o nome de linguagem a todos os meios de comunicação: linguagem animal e linguagem humana, em linguagem não-verbal e linguagem verbal. O termo é, pois, empregado à aptidão humana de associar os sons produzidos pelo aparelho fonador humano a um conteúdo significativo e utilizar o resultado dessa associação para a interação verbal. Fala-se, pois, em linguagem verbal.
É um termo muito amplo: as línguas naturais (português, inglês, etc) são manifestações desse algo mais geral. Saussure, o linguista genebriano, concebia a linguagem em duas partes: a língua e a fala, e era a primeira o seu objeto de estudo; embora, reconhecesse a interdependência entre elas.
Enquanto sistema de signos, a linguagem é um código - um conjunto de signos sujeitos a regras de combinação e utilizado na produção e na compreensão de uma mensagem. O signo é compreendido por:
Os linguistas compreendem que há no processo de comunicação seis elementos:
emissor (remetente) - envia a mensagem.
receptor (destinatário) - recebe a mensagem.
mensagem - informação veiculada.
código - sistema de signos utilizados para codificar a mensagem.
contexto (referente) - aquilo a que a mensagem se refere.
contato (canal) - veículo, meio físico utilizado para transmitir a mensagem.
De acordo com o prof. Luiz C. Travaglia, no seu livro Gramática e Interação, admite-se para a linguagem admite três concepções:
Linguagem como expressão do pensamento Se a linguagem é expressão do pensamento, quando as pessoas não se expressam bem é porque não sabem elaborar o pensamento. Se o enunciador expressa o que pensa, sua fala é resultado da sua maneira própria de organizar as suas ideias. O texto, dessa forma, nada tem a ver com o leitor ou com quem se fala, e sim, somente com o enunciador. Nessa linha de pensamento encontra-se a gramática normativa ou tradicional.
Linguagem como instrumento de comunicação Neste conceito a língua é vista como um código, que deve ser dominado pelos falantes para que as comunicações sejam efetivadas. A comunicação, pois, depende do grau de domínio que o falante tem da língua como sistema. O falante utiliza-se dos conceitos estruturais que conhece para expressar o pensamento; o ouvinte decodifica os sinais codificados por ele e transforma-os em nova mensagem. Essa linha de pensamento pertence ao estruturalismo e também ao gerativismo.
Linguagem como forma ou processo de interação
Nesta concepção o falante realiza ações, age e interage com o outro (com quem ele fala). Dessa forma, a linguagem toma uma dimensão mais ampla e não uniforme, pois inserindo num contexto ideológico e sócio-cultural, ela não tem direção preestabelecida – vai depender unicamente da interação entre os dois sujeitos. Fazem parte dessa corrente a Teoria do Discurso, Linguística Textual, Semântica Argumentativa, Análise do Discurso, Análise da Conversação.