Relembrando conceitos:
A Gramática Tradicional, ao conceituar o período, estabelece que orações independentes são chamadas coordenadas e o período formado por elas, período composto por coordenação; em contraponto, as dependentes recebem o nome de orações subordinadas e o período, composto por subordinação.
Os conceitos linguísticos mais atuais esclarecem aspectos que contrapõem essa relação de autonomia e/ou dependência. Segundo eles pode haver uma profunda relação de dependência entre até os termos ditos autônomos. Este artigo segue orientações da gramática de Cunha e Cintra.
Quando num período composto por coordenação, as orações que estão justapostas sem conectivo (conjunção) chamam-se coordenadas assindéticas e, quando há conectivo entre elas, chamam-se coordenadas sindéticas.
Vírgula e conjunção coordenada sindética aditiva 'e'.
Usa-se vírgula para separar orações coord. aditivas ligadas pela conjunção 'e' quando os seus sujeitos forem diferentes. No exemplo abaixo, há dois sujeitos diferentes: 'eu' na 1ª oração e 'meu marido' na 2ª oração:
«Eu fui ao mercado, e meu marido foi à farmácia.»
nota:
Há uma ressalva aqui. No caso deste exemplo, há uma continuidade da ação de Paulo embutida no significado:
«Paulo comprou sapatos velhos e João os vendeu como novos.»
Usa-se vírgula para separar orações coord. adversativas em períodos compostos:
«Ela consentiu o casamento, mas não aprovou a festa.»
nota:
Em alguns casos a conjunção e toma o valor de adversativa e, assim sendo, o e deve ser antecedido por vírgula:
«Eles fumam, e não tragam.» (= mas não tragam)
Coloca-se vírgula para separar a oração alternativa, quando proferida com pausa:
«Ou eu estou muito enganada, ou vou ter a maior surpresa da minha vida!»
A conjunção ajuda a formar a idéia de conclusão do fato. Admite vírgula:
«Ana trabalhou muito, então, mereceu aquele salário.»
Usa-se vírgula antes de oração introduzida por conjunção que dá a idéia de explicação:
«O moço pediu comida, pois tinha fome.» ( porque tinha fome)