Dêixis anáfora catáfora

Dêixis

Dêiticos são elementos linguísticos que indicam o lugar ( aqui ) ou o tempo (agora) em que um enunciado é produzido e também indicam os participantes de uma situação do enunciado ( eu/tu ). São dêiticos: os pronomes pessoais que indicam os participantes; os advérbios de lugar, que são marcadores de tempo ( agora, hoje, amanhã, etc.); os demonstrativos ( aqui, lá, este, esse, aquele, etc ). Os dêiticos só podem ser entendidos se houver uma explicitação, mesmo dentro da situação de comunicação.

Por exemplo, um bilhete com a mensagem:
«Eu quero que você vá hoje ao meu escritório.» O termo 'hoje' perde o sentido, se não houver um referencial da data em que o bilhete foi escrito. Também o pronome 'eu' deve estar, certamente, explícito no contexto, caso contrário, ninguém sabe a quem se refere. Por isso, diz-se que o termo 'dêixis' significa ''apontar para'.

Exemplos:
(a) O que você quer que eu faça como uma blusa assim?
(b) Como é sua casa?

O termo 'assim' em (a) foi empregado deiticamente para representar a situação em que a 'blusa' se encontrava. Certamente a blusa está em péssimo estado e a palavra 'assim' aponta para isso. Assim como o advérbio interrogativo de modo 'como' indaga sobre características da casa, que certamente numa resposta apontaria para o predicativo do sujeito: minha casa é pequena e aconchegante.

Os linguistas falam também em 'dêixis-fantasma' representando o cenário para onde os narradores querem transportar o leitor.

Anáfora e catáfora

A anáfora tem como função 'lembrar'. É o termo usado em um texto para relembrar ou retomar algo que já foi dito. Ao contrário da anáfora, a catáfora tem a função de anunciar o que vai ser dito. Esses termos são estudados em coesão textual. Por exemplo, a gramática tradicional diz que o demonstrativo 'este' é catafórico, porque deve referir-se a algo que será apresentado; e 'esse' é anafórico, porque refere-se a algo que já foi anunciado no texto ou no contexto. Por exemplo:
«Essa história de usar nomes falsos para relatar fatos, me aborrece. Por isso, este meu relato vai com todos os nomes e sobrenomes.»

Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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