Perguntas de usuários bl 2

Várias dúvidas:

P1.Posso utilizar a expressão "desejo falar consigo" ao invés de "contigo" sendo o tratamento você ou senhor?
R:
Não. Você não pode. 'Falar consigo' significa falar com ele mesmo. Quando o 'eu' fala com 'um outro eu' (tu), a forma correta é 'contigo'. Se, no entanto, o pronome que estiver sendo usado for 'você' ou 'senhor' usa-se a expressão 'com você' ou 'com o senhor'.

P2. No texto abaixo, está correto dizer que:
No trecho, subentende-se que o termo “o fato”, depois de “escamoteia”, serve de complemento sintático também para "discrimina"?
«Para a direita, a noção de cidadania procura expurgar a noção de igualdade inerente a este termo. A cidadania é vista como uma outorgação do Estado ou, no limite, o reconhecimento da igualdade jurídica, que discrimina e escamoteia o fato de que os direitos, para serem gozados, necessitam de uma certa homogeneidade social e econômica. Assim, ao absolutizar o nivelamento jurídico dos indivíduos, este raciocínio opera um escamoteamento das desigualdades econômicas, sociais, políticas e culturais que permeiam uma sociedade onde as classes sociais, os gêneros, as etnias e os grupos têm acesso diferenciado e desigual aos bens materiais e simbólicos.
R:
Primeiramente, vamos observar os verbos desse trecho:
Verbo discriminar -> sentido de -> separar. Pede complemento direto.
Verbo escamotear -> sentido de -> ocultar, disfarçar. Pede complemento direto.
Considerando que 'o reconhecimento da igualdade jurídica' seja o 'sujeito' de discriminar e também de escamotear, então temos que admitir como complemento direto desses verbos a palavra 'fato', e o que vem depois (seja o que for, com preposição, sem preposição) é a explicação desse 'dito' fato. Agora, a referência desses fatos é outro assunto linguístico.

P3. A que categoria gramatical pertence o 'uso dos 'porquês'?
R:
Considerando as diversas maneiras que os 'porquês' podem ser escritos, então estamos falando de ortografia.

P4. Como posso analisar esta frase:
«E as coisas interessantes que contavam!»
R:
Conj. aditiva -> 'e' (introd. oração coordenada sindética aditiva )
Verbo -> 'contavam' (pede um sujeito e um complemento objeto direto)(núcleo do predicado)
Sujeito de 'contavam' -> (eles/elas) (sujeito gramatical)(oculto)
Complemento obj. direto -> 'as coisas interessantes'
Núcleo do O.D. -> 'coisas'
Adj.adn.de 'coisas' -> 'as' e 'interessantes'

P5. Os nomes dos meses, janeiro, fevereiro, etc - Por que não são escritos com inicial maiúscula (Janeiro), pois não são nomes próprios?
R:
Os nomes de meses na nossa língua não são tratados como substantivos próprios.

P6. O que são palavras que delimitam os substantivos?
R:
As palavras que delimitam o substantivo, também chamado 'nome', são os adjetivos. Por que delimitam, o que significa isso?

• Delimitam, porque quando se juntam a um substantivo, colocam esse substantivo numa determinada categoria, especificando parte ou um aspecto dele, assim, a palavra fica delimitada. Por exemplo: 'cachorro' é um substantivo comum, um bicho com características próprias que lhe permite receber esse nome. Mas se eu digo 'cachorro peludo', qualquer pessoa vai imaginar uma determinada espécie de cachorro, isto é, aqueles que têm muito pêlo. São, pois, os adjetivos que delimitam ou especificam os substantivos.

P7. Gostaria de saber se devo dizer estou de licença ou estou em licença e qual a explicação para a regra correta.
R:
O uso corrente na língua é 'estar de licença', da mesma forma que 'estar de férias'. No entanto, há escritores que são contra essa grafia 'estou de férias', preferindo 'estou em férias'. Sugiro que a questão fique aberta à discussão.