Discurso direto, discurso indireto e indireto livre.

Discurso direto

O narrador repete a fala do personagem tal qual foi dita: os tempos verbais são relativos ao momento da enunciação. Serão mantidas as marcas da enunciação, ditas por Benveniste: eu/ aqui/ agora digo que..., ou seja, digo isto. Os enunciados do discurso direto são típicos nos diálogos. Por exemplo, o texto O julgamento da ovelha, de Monteiro Lobato.

"[...]

  • Para que furtaria eu esse osso – alegou ela, - se sou herbívora e um osso para mim vale tanto quanto um pedaço de pau?
  • Não quero saber de nada. Você furtou o osso e vou já levá-la aos tribunais.”

Discurso indireto

O narrador ao usar o conectivo que, transforma as categorias enunciativas eu/aqui/agora para ele(ela)/lá/em algum lugar disse que... Os verbos empregados nessa modalidade são os verbos dicendi (= verbos de dizer): dizer, responder, perguntar, retrucar, ponderar etc. Vejamos fragmentos da mesma história acima, pela voz do narrador:

“Um cachorro de maus bofes acusou uma pobre ovelhinha de lhe haver furtado um osso.[...] A ovelha respondeu que não havia furtado o osso e que, além do mais, era herbívora e, assim sendo, um osso não lhe valeria nada! O cachorro retrucou que não queria saber de nada e ia levá-la aos tribunais.[...]

Discurso indireto livre

No discurso indireto livre há, além das marcas do discurso indireto, como ilustramos acima, o narrador introduz ao discurso conteúdos do pensamento da personagem – seus sentimentos. Retomamos uma continuação do mesmo texto O julgamento da ovelha:

“[...].A ovelha respondeu que não havia furtado o osso e que, além do mais, era herbívora e, assim sendo, um osso não lhe valeria nada! O cachorro retrucou que não queria saber de nada e ia levá-la aos tribunais.[...] A ré tremeu: não havia escapatória!... Osso não tinha e não podia, portanto, restituir; mas tinha vida e ia entregá-la em pagamento do que não furtara.[...]

Os enunciados que marcamos em itálico representam o pensamento da ovelha suposto pelo narrador. Esse tipo de enunciado, expressa, pois, o discurso indireto livre.

fontes de consulta:
Azeredo, J.C. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. PubliFolha. 2012, pp. 97-98).
Fábulas de Monteiro Lobato. O Julgamento da Ovelha. Domínio Público. {: cite=recuo.lpeu}

Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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