ENEM proposta de redação: A sociedade brasileira entre dois opressores

Apresentamos uma proposta de um texto dissertativo-argumentativo para os estudantes que desejam treinar suas produções escritas. Os textos motivadores foram adaptados de revistas nacionais, conforme citação das fontes. As redações que forem enviadas serão publicadas em páginas individuais (nome/pseudônimo) e ficam abertas à avaliação de professores voluntários. Os links correspondentes a esses textos estão listados abaixo.

Instruções para uma proposta de redação

Apresentamos dois textos motivadores, que discorrem questões que envolvem os dois polos da sociedade brasileira. O primeiro fala sobre a classe política administradora; o segundo, a que habita os complexos das favelas, dos morros, aqueles ditos pelo senso comum “os marginais”. Leia-os com atenção e, com base nas informações neles sugeridas e em seus conhecimentos, redija um texto argumentativo dissertativo sobre a situação da classe social que convive com esses dois extremos e aborde o tema A SOCIEDADE BRASILEIRA ENTRE DOIS OPRESSORES. Apresente argumentos de forma coesa e coerente com o tema proposto e acrescente uma proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.

####Texto 1. A Justiça e os mãos-sujas

“Apesar das feitiçarias, das armações políticas e da cultura ainda recorrente de que tudo pode se resolver através do bom e velho conchavo, os corruptos estão acuados com o protagonismo dos juízes – e o desespero já começa a bater em alguns.”

[..]“ESTE PROCESSO PARECE REVELAR um dado absolutamente impressionante e profundamente preocupante: a corrupção impregnou-se no tecido e na intimidade de alguns partidos e instituições estatais, transformando-se em um método de ação governamental e de conduta administrativa, degradando, em consequência de atos tão ignóbeis, a própria dignidade da política, fazendo-a descer ao plano subalterno da delinquência institucional.”[..]

Texto 2. Espremidos entre dois senhores

“A polícia divide espaço com traficantes, acusam moradores do Alemão.
(por Marcelo Pellegrini Filho)

Tomamos excertos do artigo citado acima para reflexão de categorias tais como criminalidade, conflito com polícia, traficantes, violência, afim de que constituir um embasamento teórico sobre questões nacionais. “O Ocupa Alemão, fundado em 2012, defende a desmilitarização dos morros cariocas. O coletivo justifica seu posicionamento com base nos casos de abusos policiais na comunidade, de invasões a festas de aniversário a casos extremos como a morte de Mário Lucas, de 18 anos, assassinado por um policial.[...] “Exposto a um cotidiano de violência frequente, Souza1 , é cético em relação à presença da polícia nas favelas. “A UPP nunca tirou o tráfico de drogas, só trouxe uma falsa sensação de segurança para a classe média.”
“O Vácuo deixado pelo Estado, sempre se afirmou, abriu espaço para um poder paralelo. Sua presença, diz o ativista, não amenizou o problema. “Antes da UPP, éramos obrigados a responder ao traficante. Hoje, se algo acontece, não posso chamar a polícia porque o traficante vai ver. Também não posso chamar o traficante porque a polícia me vigia. Não temos a quem reclamar”, afirma Souza.”
“Criadas em 2008, as UPPs são a principal aposta do governo fluminense para restabelecer o controle das favelas e combater o narcotráfico. Funcionam? Nem tanto, segundo as estatísticas. [...]"
Segundo Rafael Balbo, outro integrante do coletivo, antes da UPP, as favelas estavam sob o domínio da facção criminosa Comando Vermelho, mas viviam em paz. Com a entrada da UPP, saiu o Comando Vermelho, mas entrou duas rivais: ADA (amigos dos amigos) e o Terceiro Comando. “A polícia entra e escolhe qual facção quer aqui. Os policiais protegem o bandido lucrativo para eles e perseguem quem vai contra seus interesses. [..]
Com o complexo dividido entre duas facções, muitos moradores são impedidos de visitar parentes ou transitar em áreas rivais."

nota:

  1. Integrante do Coletivo Ocupa Alemão.
    (Fonte: Carta Capital. Ano XXI. Nº 858, julho_20015 (Coluna: Seu País. Rio de Janeiro, p. 34). Texto adaptado para estudo de produção textual por Gloria Galli) {: cite=recuo.lpeu}

Observações:

  • Use o rascunho para selecionar, organizar e relacionar seus argumentos.
  • Não é necessário dar um título para a redação, ele está embutido na proposta-tema.
  • Redação com menos de 10 linhas será desconsiderada.
  • Fuga do tema implica em nota zero.
  • Escreva sua redação com letra legível.
  • Apresente fatos verdadeiros, evite o senso comum.
  • Evite expressões linguísticas informais (próprias da língua falada).
    Lembre-se:
    Tema > tese > argumentos > proposta de intervenção.

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Professora de Língua Portuguesa - Glória E. Galli - Formação - Letras na UNAERP e Mestrado em Linguística pela UFSCar
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