Revisando conceitos
Convencionou-se chamar norma padrão ou norma culta da linguagem, um conjunto de regras para uso oficial da língua. Chama-se vício de linguagem quando há certos desvios dessas regras na fala ou na escrita. Esse processo é diferente do que se chama licença poética. Ver artigo Prosopopeia e licença literária
Há diferentes tratamentos entre os gramáticos sobre essa questão. De modo geral, os principais vícios de linguagem são:
Consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta:
Vizita (em vez de visita)
Fluído (em vez de fluido)
Consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática numa determinada época:
«O livro que ele mais gosta está esgotado no mercado.»
( O verbo gostar exige preposição 'de' - O livro de que ele mais gosta..)
A frase é construída de tal forma, que causa mais de uma interpretação semântica:
«Mario mostrou ao Antenor suas fotos.» (fotos de quem?)
Quando, a junção de certas sílabas ou encontro de palavras, produz um vocábulo novo, fora do contexto. Geralmente, um som ruim:
«Pagou quanto por cada saia?» (porcada e kadasaia)
Consiste na repetição desnecessária de uma idéia:
«A mim me parece que tudo está errado.»
Ver também Tautologia ou Pleonasmo vicioso
É a criação desnecessária de palavras novas:
«A secretária, sem querer, deletou o relatório da reunião.»
nota: Nem sempre um neologismo é considerado um vício de linguagem. Muitos termos acabam sendo incorporados à língua rapidamente.
Consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso.
quiçá (= talvez),
à guisa de (= à maneira de),
físico (= médico),
por obséquio (= por favor) etc.
Trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.
«Quem com ferro fere com ferro será ferido.»